OS FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo deu–nos os seus sete dons (sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus), mas ordeno–nos também que déssemos frutos. “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constitui, a fim de que vades e produzais fruto, e vosso fruto permaneça” (Jo. 15,16), falou Jesus a seus discípulos. Esses frutos serão copiosos e de agradável sabor se o ramo se mantiver fortemente unido a videira. “Eu sou a videira e meu Pai é o agricultor, vós os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo. 15, 5). Permanecer na videira significa se deixar podar pelo Senhor da vinha que é Deus Pai, obedecendo e realizando lealmente suas ordens.
Há algumas diferenças entre os dons e os frutos vejamos quais são:
* Os dons são dados, os frutos são gerados;
* Os dons chegam após o batismo no Espírito, ou seja, a efusão do Espírito, os frutos na conversão;
* Os dons afluem de fora para dentro e os frutos de dentro para fora;
* Os dons chegam plenos, completos; os frutos necessitam de um tempo o para crescer e amadurecer;
* Os dons vem pelo Espírito, os frutos vem por Jesus;
* Os dons são distintos, os frutos indivisíveis;
* Os dons transmitem poder, os frutos autoridade;
* Os dons identificam o que fazemos, os frutos mostram o quem somos;
* Os dons se permitem ser imitados, os frutos jamais o serão.
Vamos agora conhecer e definir em poucas palavras os frutos do Espírito.
Caridade: A caridade é o amor sendo esse o maior sentimento cultivado em nossos corações direcionado para o bem do próximo, é doação total ao outro. São Paulo em 1coríntios 13, 3 diz: “Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade de nada valeria!” A caridade é a própria identidade de Deus, é o que ensina João quando diz: “Deus é amor” (1 Jo. 4,16). Por essa razão São Paulo qualifica a caridade como “a maior de todas as virtudes”.
Alegria ou gozo: Esse fruto é fundamentado no amor, é aquela satisfação interior, aquele gozo que humanamente não se pode explicar; só quem vive no Espírito poderá sentir e só o amor explicará.
PAZ: Unindo o amor e a alegria obtém–se uma grande sensação de tranqüilidade interior e que se exterioriza pela ausência do medo e da culpa repousando sobre nós a paz que Cristo nos deixou.
Paciência: É o fruto que ajuda a suportar as perseguições, as contrariedades e as adversidades da vida, faz–nos firmes na fé conforme Eclesiástico 2,1 – 6.
Benignidade: É fazer o bem sem olhar a quem, é o amor compaixão, é a ação de fazer o bem sem esperar recompensa; é o amor gratuidade.
Longanimidade: Está ligada a paciência e a paz, é a grandeza e generosidade da alma, é a certeza de que os desígnios de Deus se cumprirão trazendo a alma uma paz tão grande que nada poderá abalá–la.
Bondade: É querer verdadeira e desinteressadamente o bem do próximo, fazer gestos concretos em favor do outro sem esperar aplausos por isso, fazer por fazer.
Mansidão: É a obediência a Deus e aos seus ensinamentos, a mansidão liga–se a humildade e a paciência. “Vinde a mim, vos todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve” (Mt. 13 – 28 – 30) palavras de Jesus referindo–se a si mesmo. A mansidão não admite a irritação, a impaciência, e muito menos a ira e o ódio. O manso imita o coração misericordioso de Jesus.
FÉ: A fé não é somente um fruto do Espírito, é também uma das mais importantes virtudes teologais. A fé teologal nasce em Deus e nos faz do jeito que Deus quer. A fé fruto da efusão do Espírito, é infinitamente maior do que uma simples crença em uma divindade qualquer, é absoluta confiança, total segurança que brota da experiência do Deus criador, que é Pai; do Deus salvador, que é o filho e do Deus santificador, que é o Espírito Santo.
Modéstia: Faz referência a discrição. A modéstia é contra a ostentação e a exibição, é o total desinteresse em chamar a atenção sobre si mesmo. É o pudor que deve caminhar lado a lado com todo o cristão. É moderação nas ações e na conduta uma vez que é templo do Espírito Santo.
Continência: É conter–se, ter domínio de si próprio. O cristão continente e equilibrado sabe guardar–se e proteger–se dominando sua sexualidade, privando–se dos prazeres carnais.
Castidade: A castidade no sentido popular é abster–se das relações sexuais fora do casamento. A castidade fruto do Espírito é isso e muito mais: É ser fiel com sua vocação e suas promessas perante Deus, com sua fé, ao sacramento da ordem, ao sacramento matrimônio; ao seu esposa ou esposo, ser fiel a Deus mantendo pureza do corpo e da alma, observando o sexto e o oitavo mandamentos os quais dizem: “Guardar a castidade nas palavras e obras”; “Guardar a castidade nos pensamentos e desejos.”
Acabamos de conhecer os doze frutos gerados pela efusão do Espírito Santo, mas se faz necessário conhecer também os frutos da carne os quais são apresentados por São Paulo em sua carta aos Gálatas 5, 19 – 21 e ao mesmo tempo fazendo uma severa advertência àqueles que os praticarem. Cabe a cada um decidir a colheita que deseja realizar: Frutos do Espírito ou frutos da carne.
Luís Odilon Macedo Béles
Discípulo da Comunidade Obra Nova do Monte Carmelo